Se me permite responder ao título do autor, direi sem grandes hipóteses de falhanço, que são os cavalos marinhos, machos, grávidos, às compras no vasco da gama lá do sítio. Nota: Vendo a montra já sei quem matou Abel... Ainda é cedo. Vou ali comprar uma Bíblia e já venho. Abraço João
Eu comprei ambos os romances. E lerei "Caim" em primeiro lugar. Explico porquê: eu caí no fim do século vinte com a cultura romanesca do século dezanove. E não fui capaz de evoluir. Gosto de Lídia e de Marcenda, de João Mau Tempo, de Raimundo Silva e Blimunda. Quem se recordará de uma personagem de António Lobo Antunes?
Vai haver uma súbita, interessada e necessária leitura da biblia - vai esgotar! Foi o que eu pensei quando li as manifestações de Saramago (porque são manifestações, manifestações sem necessidade mas com o intuito de chocar. Porquê e para quê? É a pergunta que faço). Não me surpreende, apesar de tudo.
Não lerei "Caim", com todo o respeito que o autor me merece (?).
É bom viver numa democracia onde as pessoas se respeitam, independentemente das suas convicções.
Não havia necessidade´. É como a outra que vem a Portugal e cospe nas nossas fontes, mas nós é que somos um povo sem sentido de humor (coisa que não falta por aqui, por acaso - o sentido de humor. Encantada.
Permita que ressalve o princípio deste diálogo: fiz uma graçola com a montra do seu post. Quanto à ideia que subjaz, leio até os folhetos dos medicamentos, muito além da posologia... e não tenho qualquer perconceito de leitura. O juizo que dela faço é outra coisa. Espero agora que não desatem a comprar medicamentos à doida só para ler as instruções... O que quero dizer com isto? Que a rodela de farinheira é consensual!
João, ressalvado o princípio de diálogo (que sempre esteve) e passando à parte final do consenso, estou a pensar em quantas rodelas de farinheira conseguirei eu contar-lhe sobre a minha quase embirração por Saramago e Shakespeare (não vai ser nada fácil) ____ dou-lhe uma pista, Joana D'arc ...
Quanto à literatura farmacêutica, eu quando não gosto de um determinado laboratório, não compro os seus medicamentos :)
e eu, que não tenho juízo nenhum, nunca leio as instruções de nada, nem dos electrodomésticos, nem das máquinas fotográficas digitais ... confesso.
Por falar em laboratórios e literatura, os livros são um pouco como as vacinas da gripe, são várias as estirpes conhecidas, e depois surgem outras, desconhecidas, não se sabendo ainda quais os efeitos secundários.
Concordam comigo? E estamos a precisar de mais estirpes desconhecidas, são sempre os mesmos que se chegam à frente.
Eu não sou capaz de resolver esta catadupa de problemas. Sei fazer contas, mas só aquelas mais comezinhas. Também as de dividir. Pois, se calhar era necessário pôr o pessoal a ler a Bíblia. Os livros todos, obviamente, que o Novo Testamento não é difícil de defender. Ó Alex, donde é que lhe vem essa aversão pelo José de Sousa e pelo William(?)? Harold Bloom diz que são dois grandes do cânone ocidental. Nomeadamente o criador do Hamlet e do Rei Leer. Regressemos às fatias de farinheira. Hoje, fiquei em branco, porque fui refractário ao cozido dos Rocha. Podemos começar por aí uma boa discussão.
Ao Eclesiastes os cânticos de Salomão prefiro. E brevemente sabereis porquê.
"Pouco a pouco o sol vai nascendo para onde se acostumou. Deixa riscos grossos e vermelhos no céu tão azul como é o sonho, tão limpo como é a água, tão efémero como é o nosso olhar que o fixa agora e permite depois o cerrar das pálpebras, o sono, talvez o sonho ou a prece a uma qualquer Senhora ou Santo o favor de um dia, de dia para dia."
Belíssimo. Um grande livro de poemas, ilustrado pelo sonhos de quem se atreve a escrever pelo coração.
O autor do texto acima não me é desconhecido de todo. Na verdade, às vezes nem o posso enxergar!... Peço-lhe, no entanto uma coisa, Alex: onde se lê "nascendo", na primeira linha, deve ler-se "descendo" (para fazer sentido). Eu sei que é assim que vem escrito na capa do livro mas não é assim que está no texto propriamente dito de onde foi retirado.
Agora que estamos perto do S. Martinho, a farinheira não me sai da cabeça. Castanhas, também. ah, e pitrol, já agora. Sobre o Saramago falamos no magusto, aceita? Beijinho João
João, sabe que fiquei a pensar no cerrar das pálpebras ao nascer do sol, mas por instinto, virei o mundo do avesso e num ápice, se o sol nascia de um lado, adormecia do outro. Não me incomodou esse pormenor. Não lhe retira beleza ...
Deixamos o resto para mais tarde, mas nada de muito elaborado, sou cabeça dura mas confesso-lhe que estou roida da curiosidade pelo livro. O mais provável é lê-lo, às escondidas de mim mesma. Beijinho João, é bom tê-lo connosco, era giro ver também o seu mundo através de uma lente,
Ena, tanto comentário que aqui se deixou!... Confesso que sei mais sobre bulas de medicamentos (por necessidade profissional) do que sobre a Bíblia. Quanto ao Lobo Antunes, estes livros ainda não constam cá; gosto muito das suas crónicas. Mas Baltazar e Blimunda ficarão para sempre comigo. Um beijo a todos, aguardando pelos petiscos (farinheira não é muito com a filha da minha mãe...).
O melhor Lobo é o das crónicas, ou seja, dos casos clínicos. E também o das cartas da guerra. Sobre as últimas publiquei quase um ensaio, no blogue não oficial de ALA. Beijinhos.
Tenho um blog, já tinha dito? E por enquanto é para aí que canalizo o tempo livre mas muito obrigado pelo convite. Faço como o Santana Lopes: vou andar por aí... Amanhã vou publicar um poema de "Rebuçados Caramelos & Sonetos" que vem a propósito destas nossas conversas. http://corpodepoema.blogspot.com/
Nunca me fizeram um retrato de poeta. Mas fotografaram, pintaram e até esculpiram Pessoa com o inevitável chapéu de feltro e o par de lunetas que repartia com todos os heterónimos. Não tenho um único retrato de poeta. Ao contrário de Walt Whitman, que foi imortalizado em pose de patriarca iluminado, velho, de barbas esgadanhadas muito além da decência da pilosidade poética. A Baudelaire que era feio, fizeram-no com certeza por maldade. Eu é que nunca posei enquanto poeta, com a mão apoiando o queixo, como os românticos ou ambas todo o rosto, como os surrealistas. Ou será ao contrário?
Vá lá, por favor, façam o meu retrato de poeta, que não tardam aí poetas do futuro, desejosos de escrever sobre ele um ou dois versos dum poema magnífico.
Eu vejo Campos de monóculo e Reis e Campos sem qualquer prótese óptica. Eu vejo com muita minúcia Reis e Campos e mesmo o estouvado do Campos. Aceito, ainda que possa não cumprir, o repto de retratar Campos. Beijinho
27 comentários:
Se me permite responder ao título do autor, direi sem grandes hipóteses de falhanço, que são os cavalos marinhos, machos, grávidos, às compras no vasco da gama lá do sítio.
Nota:
Vendo a montra já sei quem matou Abel...
Ainda é cedo. Vou ali comprar uma Bíblia e já venho.
Abraço
João
Eu comprei ambos os romances. E lerei "Caim" em primeiro lugar.
Explico porquê: eu caí no fim do século vinte com a cultura romanesca do século dezanove. E não fui capaz de evoluir. Gosto de Lídia e de Marcenda, de João Mau Tempo, de Raimundo Silva e Blimunda.
Quem se recordará de uma personagem de António Lobo Antunes?
Alex: beijinho!
Ó João!,
Eu sei que tu tinhas bíblias em casa e penso que não estou a fazer nenhuma inconfidência.
Abraço.
DUAS, anotadas.
Uma está "viciada" em Eclesiastes.
Para o Manel,
lembro-me de um: acho que se chamava aerograma, não era?
Beijinhos para os dois
João
Vai haver uma súbita, interessada e necessária leitura da biblia - vai esgotar! Foi o que eu pensei quando li as manifestações de Saramago (porque são manifestações, manifestações sem necessidade mas com o intuito de chocar. Porquê e para quê? É a pergunta que faço).
Não me surpreende, apesar de tudo.
Não lerei "Caim", com todo o respeito que o autor me merece (?).
É bom viver numa democracia
onde as pessoas se respeitam, independentemente das suas convicções.
Não havia necessidade´.
É como a outra que vem a Portugal e cospe nas nossas fontes, mas nós é que somos um povo sem sentido de humor (coisa que não falta por aqui, por acaso - o sentido de humor. Encantada.
Um beijo aos dois.
Acho que é uma boa conversa para se ter à mesa, entre uma rodela de farinheira e ...
Permita que ressalve o princípio deste diálogo: fiz uma graçola com a montra do seu post.
Quanto à ideia que subjaz, leio até os folhetos dos medicamentos, muito além da posologia... e não tenho qualquer perconceito de leitura. O juizo que dela faço é outra coisa.
Espero agora que não desatem a comprar medicamentos à doida só para ler as instruções...
O que quero dizer com isto?
Que a rodela de farinheira é consensual!
Abraços
João
João,
ressalvado o princípio de diálogo (que sempre esteve) e passando à parte final do consenso, estou a pensar em quantas rodelas de farinheira conseguirei eu contar-lhe sobre a minha quase embirração por Saramago e Shakespeare (não vai ser nada fácil) ____ dou-lhe uma pista, Joana D'arc ...
Quanto à literatura farmacêutica, eu quando não gosto de um determinado laboratório, não compro os seus medicamentos :)
e eu, que não tenho juízo nenhum, nunca leio as instruções de nada, nem dos electrodomésticos, nem das máquinas fotográficas digitais ... confesso.
Por falar em laboratórios e literatura, os livros são um pouco como as vacinas da gripe, são várias as estirpes conhecidas, e depois surgem outras, desconhecidas, não se sabendo ainda quais os efeitos secundários.
Concordam comigo?
E estamos a precisar de mais estirpes desconhecidas, são sempre os mesmos que se chegam à frente.
assim como, novos livros de poesia, por exemplo ....
Eu não sou capaz de resolver esta catadupa de problemas. Sei fazer contas, mas só aquelas mais comezinhas. Também as de dividir.
Pois, se calhar era necessário pôr o pessoal a ler a Bíblia. Os livros todos, obviamente, que o Novo Testamento não é difícil de defender.
Ó Alex, donde é que lhe vem essa aversão pelo José de Sousa e pelo William(?)? Harold Bloom diz que são dois grandes do cânone ocidental. Nomeadamente o criador do Hamlet e do Rei Leer.
Regressemos às fatias de farinheira. Hoje, fiquei em branco, porque fui refractário ao cozido dos Rocha. Podemos começar por aí uma boa discussão.
Ao Eclesiastes os cânticos de Salomão prefiro. E brevemente sabereis porquê.
Abraço.
"Pouco a pouco o sol vai nascendo para onde se acostumou. Deixa riscos grossos e vermelhos no céu tão azul como é o sonho, tão limpo como é a água, tão efémero como é o nosso olhar que o fixa agora e permite depois o cerrar das pálpebras, o sono, talvez o sonho ou a prece a uma qualquer Senhora ou Santo o favor de um dia, de dia para dia."
Belíssimo.
Um grande livro de poemas, ilustrado pelo sonhos de quem se atreve a escrever pelo coração.
atrevi-me.
O autor do texto acima não me é desconhecido de todo. Na verdade, às vezes nem o posso enxergar!...
Peço-lhe, no entanto uma coisa, Alex: onde se lê "nascendo", na primeira linha, deve ler-se "descendo" (para fazer sentido).
Eu sei que é assim que vem escrito na capa do livro mas não é assim que está no texto propriamente dito de onde foi retirado.
Agora que estamos perto do S. Martinho, a farinheira não me sai da cabeça. Castanhas, também. ah, e pitrol, já agora.
Sobre o Saramago falamos no magusto, aceita?
Beijinho
João
Se vier a ser convidado, levarei a jeropiga.E também uns figos secos e uns borrachões.
E levo comigo a Marta e o Cipriano Algor.
João, sabe que fiquei a pensar no cerrar das pálpebras ao nascer do sol, mas por instinto, virei o mundo do avesso e num ápice, se o sol nascia de um lado, adormecia do outro. Não me incomodou esse pormenor. Não lhe retira beleza ...
Deixamos o resto para mais tarde, mas nada de muito elaborado, sou cabeça dura mas confesso-lhe que estou roida da curiosidade pelo livro. O mais provável é lê-lo, às escondidas de mim mesma.
Beijinho João, é bom tê-lo connosco, era giro ver também o seu mundo através de uma lente,
junte-se a nós, quando lhe apetecer.
Manuel,será um magusto muito especial pelos vistos,
se vier a ser convidado?
e nós à espera que o Manuel nos convide ...
Ena, tanto comentário que aqui se deixou!...
Confesso que sei mais sobre bulas de medicamentos (por necessidade profissional) do que sobre a Bíblia.
Quanto ao Lobo Antunes, estes livros ainda não constam cá; gosto muito das suas crónicas. Mas Baltazar e Blimunda ficarão para sempre comigo.
Um beijo a todos, aguardando pelos petiscos (farinheira não é muito com a filha da minha mãe...).
O melhor Lobo é o das crónicas, ou seja, dos casos clínicos.
E também o das cartas da guerra.
Sobre as últimas publiquei quase um ensaio, no blogue não oficial de ALA.
Beijinhos.
Tenho um blog, já tinha dito? E por enquanto é para aí que canalizo o tempo livre mas muito obrigado pelo convite. Faço como o Santana Lopes: vou andar por aí...
Amanhã vou publicar um poema de "Rebuçados Caramelos & Sonetos" que vem a propósito destas nossas conversas.
http://corpodepoema.blogspot.com/
Abraço
João
Acho que estou a ficar surdo.
"Rebuçados Caramelos & Sonetos"
Vou estar atenta ... e curiosa.
Alex,
A Alex pede, e o João se tiver, manda um.
Bom fim-de-semana. Beijinho
Mando para o Manel. Combinado.
Abraço
João
Manuel, fez tudo por mim ... e pediu, e eu fico sem jeito
mas agredeço do fundo do coração e irei ler com o maior carinho.
Obrigada João :)
RETRATO DE POETA
Nunca me fizeram um retrato
de poeta.
Mas fotografaram, pintaram e até esculpiram Pessoa
com o inevitável chapéu de feltro e o par de lunetas
que repartia com todos os heterónimos.
Não tenho um único retrato
de poeta.
Ao contrário de Walt Whitman,
que foi imortalizado em pose de patriarca iluminado,
velho, de barbas esgadanhadas muito além da decência
da pilosidade poética.
A Baudelaire que era feio, fizeram-no
com certeza por maldade.
Eu é que nunca posei
enquanto poeta,
com a mão apoiando o queixo, como os românticos
ou ambas todo o rosto, como os surrealistas.
Ou será ao contrário?
Vá lá, por favor, façam o meu retrato
de poeta,
que não tardam aí poetas do futuro,
desejosos de escrever sobre ele um ou dois versos
dum poema magnífico.
Um retrato de Poeta?
prometido!
Eu vejo Campos de monóculo e Reis e Campos sem qualquer prótese óptica.
Eu vejo com muita minúcia Reis e Campos e mesmo o estouvado do Campos.
Aceito, ainda que possa não cumprir, o repto de retratar Campos.
Beijinho
Devo estar a ficar senil. Queria escrever Caeiro e escrevi Campos. Várias vezes.
Deu para entender não deu?
Devo estar a ficar senil. Queria escrever Caeiro e escrevi Campos. Várias vezes.
Deu para entender não deu?
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