terça-feira, 25 de outubro de 2011

Em uma tarde de Outono




Para a IMaria

Outono Outono. Em frente ao mar. Escancaro as janelas
Sobre o jardim calado, e as águas miro, absorto.
Outono... Rodopiando, as folhas amarelas
Rolam, caem. Viuvez, velhice, desconforto...

Por que, belo navio, ao clarão das estrelas,
Visitaste este mar inabitado e morto,
Se logo, ao vir do vento, abriste ao vento as velas,
Se logo, ao vir da luz, abandonaste o porto?

A água cantou. Rodeava, aos beijos, os teus flancos
A espuma, desmanchada em riso e flocos brancos...
Mas chegaste com a noite, e fugiste com o sol!

E eu olho o céu deserto, e vejo o oceano triste,
E contemplo o lugar por onde te sumiste,
Banhado no clarão nascente do arrebol...


O poema é de : Olavo Bilac, in "Poesias"

3 comentários:

Isa Maria 9:24 da manhã  

muito bonito. não conhecia. por isso estes momentos são importantes na vida. obrigado.
isa

Filoxera 6:44 da tarde  

Lindo!
O gesto, sobretudo.
Beijos.

Alex 10:57 da manhã  

Gosto dos poemas que escolhes Piedade, gosto muito.

  © Distributed by Blogger Templates. Blogger templates Newspaper III by Ourblogtemplates.com 2008

Back to TOP