quinta-feira, 25 de agosto de 2011

o Homem e o Mar

Homem livre, o oceano é um espelho fulgente
Que tu sempre hás-de amar. No seu dorso agitado,
Como em puro cristal, contemplas, retratado,
Teu íntimo sentir, teu coração ardente.

Gostas de te banhar na tua própria imagem.
Dás-lhe beijo até, e, às vezes, teus gemidos
Nem sentes, ao escutar os gritos doloridos,
As queixas que ele diz em mística linguagem.

Vós sois, ambos os dois, discretos tenebrosos;
Homem, ninguém sondou teus negros paroxismos,
Ó mar, ninguém conhece os teus fundos abismos;
Os segredos guardais, avaros, receosos!

E há séculos mil, séc'ulos inumeráveis,
Que os dois vos combateis n'uma luta selvagem,
De tal modo gostais n'uma luta selvagem,
Eternos lutador's ó irmãos implacáveis!
Charles Baudelaire, in "As Flores do Mal"
Tradução de Delfim Guimarães

Para o Manel da Mata

3 comentários:

£ou¢o Ðe £Î§ßoa 1:47 da tarde  

Tudo Manel, Manel, Manel!!!!!

Piedade... tem piedade de mim, estou a morrer de ciúme.



Estou triste, pois estou...

:-(

Manuel da Mata 2:44 da tarde  

Ò Louco,
Não sabia que eras ciumento. Agora a Piedade deu-te com o Fernando António. Ora...!
Abraço para todos os comentadores e para a autora da fotografia e da iniciativa de trazer aqui esse tal Baudelaire, que é um velho conhecido.

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