Solidão
Estás todo em ti, mar, e, todavia,
como sem ti estás, que solitário,
que distante, sempre, de ti mesmo!
Aberto em mil feridas, cada instante,
qual minha fronte,
tuas ondas, como os meus pensamentos,
vão e vêm, vão e vêm,
beijando-se, afastando-se,
num eterno conhecer-se,
mar, e desconhecer-se.
És tu e não o sabes,
pulsa-te o coração e não o sente...
Que plenitude de solidão, mar solitário!
Juan Ramón Jiménez, in "Diario de Un Poeta Reciencasado"
Tradução de José Bento
6 comentários:
Adorei esta partilha! Obrigada.
"num eterno conhecer-se"
<3
o mar que amo e suas cores fantásticas tal como o poema é fantástico. beijinho
Lindo...
Beijo
Que belo poema! O mar, com todo seu encanto, é solitário. Bjs.
Gosto dessa solidão.
Muito bem conjugados, imagem e texto...
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