(dream)
Qualquer coisa de obscuro permanece
No centro do meu ser. Se me conheço,
É até onde, por fim mal, tropeço
No que de mim em mim de si se esquece.
Aranha absurda que uma teia tece
Feita de solidão e de começo
Fruste, meu ser anónimo confesso
Próprio e em mim mesmo a externa treva desce.
Mas, vinda dos vestígios da distância
Ninguém trouxe ao meu pálio por ter gente
Sob ele, um rasgo de saudade ou ânsia.
Remiu-se o pecador impenitente
À sombra e cisma. Teve a eterna infância,
Em que comigo forma um mesmo ente.
Fernando Pessoa
Para o £ou¢o Ðe £Î§ßoa
4 comentários:
Lindo! É uma dedicatória merecida, ele é um Poeta verdadeiro.
Piedade... nesse instante lembraste-te do Louco. Tiveste que ser empurrada, mas pronto, a escolha do grande e eterno Pessoa tudo faz esquecer.
"Se me conheço, é até onde, por fim mal, tropeço no que de mim em mim de si se esquece."
Ai, ai...
Envio-te um beijo e um sorriso rasgado.
Muito bem!
E gerou um sorriso rasgado, que é o melhor que se pode obter :-)
olÁ pi
doce manha rasgou
a minha alma
obrigado bom doming.
beijo!!
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