A magia é essa, a capacidade de "desligar" e deixar a imaginação voar. Às vezes é tão difícil voltar à realidade que por vezes penso que vivo do lado de lá, do lado de lá daquela folha cheia de mistérios e coisas tão fantásticas.
Ler é entrar naquele universo, mas sem perder de vista o seu carácter ficcional. No livro, ainda que tudo nos possa parecer verosímil, o mundo ali representado só existe no papel.Temos que entrar e sair, constantemente. Digo eu.
Mas, Manuel, se andarmos sempre a sair e a entrar, nunca conseguiremos mergulhar verdadeiramente dentro do espirito do livro, até mesmo do próprio autor ...
Compreendo o que diz, claro que sim, no entanto
só consigo ler assim, abstraindo-me de tal maneira até esquecer quem sou. Vivo intensamente as personagens e normalmente "enfio-me" (que raio de expressão) dentro de uma delas desde o início do livro, talvez deva dizer "encarnar"; "identificar", "vestir a pele" de uma delas.
É por isso que voltar à realidade é sempre muito violento.
Eu percebo, Alex; mas eu tenho de ter sempre um certo distanciamento. É claro que me vieram as lágrimas aos olhos quando li a "Lã e a Neve" de Ferreira de Castro. E terá acontecido o mesmo com outros. Se calhar é a forma de se ser leitos permanente e compulsivo. Eu já não sei ler assim. Cada um de nós agarra os livros com os meios de que dispõe. Por isso mesmo hà a chamada "Teoria da Recepção" e as recepções são tão diversas. Conhece Stendhal?
Sim, pode ser "Le Rouge et le Noir", mas também pode ser a "Chartreuse de Parme". Duas obras-primas, minha amiga! O facto de aderir assim aos personagens não faz de si uma má companhia. Não vou ao teatro há anos. Mas tenho de começar a ir. Bom-fim-de-semana-!!
13 comentários:
Quando mergulhamos num livro e nos esquecemos da realidade. (?)
Desligamos o botão da realidade e entramos num mundo em que tudo pode acontecer
A magia é essa, a capacidade de "desligar" e deixar a imaginação voar. Às vezes é tão difícil voltar à realidade que por vezes penso que vivo do lado de lá, do lado de lá daquela folha cheia de mistérios e coisas tão fantásticas.
Saudades das tuas tele-flas, A.P.
Beijos
Ler é entrar naquele universo, mas sem perder de vista o seu carácter ficcional.
No livro, ainda que tudo nos possa parecer verosímil, o mundo ali representado só existe no papel.Temos que entrar e sair, constantemente. Digo eu.
Falava de ficção, obviamente.
Antes de ver a autoria da foto, já sabia que era tua.
Sensibilidade especial tu tens...
:-)
Liiiiiiinda esta foto !!
P.B. :)))) Obrigada
Mas, Manuel, se andarmos sempre a sair e a entrar, nunca conseguiremos mergulhar verdadeiramente dentro do espirito do livro, até mesmo do próprio autor ...
Compreendo o que diz, claro que sim, no entanto
só consigo ler assim, abstraindo-me de tal maneira até esquecer quem sou. Vivo intensamente as personagens e normalmente "enfio-me" (que raio de expressão) dentro de uma delas desde o início do livro, talvez deva dizer "encarnar"; "identificar",
"vestir a pele" de uma delas.
É por isso que voltar à realidade é sempre muito violento.
Por esta altura já sabe, que sou uma exagerada :)
Contigo, Sofia, já falei ... já me "exprimi" (até sangrar) sobre esta tua mensagem.
Um beijo grande, imenso!
Eu percebo, Alex; mas eu tenho de ter sempre um certo distanciamento.
É claro que me vieram as lágrimas aos olhos quando li a "Lã e a Neve" de Ferreira de Castro. E terá acontecido o mesmo com outros.
Se calhar é a forma de se ser leitos permanente e compulsivo. Eu já não sei ler assim.
Cada um de nós agarra os livros com os meios de que dispõe. Por isso mesmo hà a chamada "Teoria da Recepção" e as recepções são tão diversas.
Conhece Stendhal?
Bom fim-de-semana e boas leituras.
Beijinho.
Não li nada dele mas estou tentada a experimentar um vermelho e o negro, o que me diz?
Reparou, então, que não sou boa companhia para ir ao cinema, ao teatro, a um espectáculo ...
:)
Sim, pode ser "Le Rouge et le Noir", mas também pode ser a "Chartreuse de Parme". Duas obras-primas, minha amiga!
O facto de aderir assim aos personagens não faz de si uma má companhia.
Não vou ao teatro há anos. Mas tenho de começar a ir.
Bom-fim-de-semana-!!
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